Governo monitora primeiras movimentações para nova greve de caminhoneiros
Articulações eclodiram no WhatsApp, mas ainda não têm a mesma força de 2018; paralisação poderia atrapalhar a tramitação da reforma da Previdência
O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da
Presidência da República já monitora atentamente
as primeiras movimentações de caminhoneiros no
País em direção a uma nova greve no próximo sábado
(30). A categoria entende que os compromissos
assumidos pelo ex-presidente Michel Temer durante
a última paralisação não estão sendo cumpridos. As
informações foram divulgadas pelo jornal O Estado
de S. Paulo .
Segundo as investigações do GSI, as articulações
dos caminhoneiros tiveram início em grupos de
WhatsApp. Neste momento, o movimento não parece
ter a mesma força do ano passado, mas o governo
teme que uma nova paralisação possa, aos poucos,
tomar grandes proporções e chegar ao potencial
explosivo da última greve.
No Palácio do Planalto, o objetivo é evitar, a
todo custo, que qualquer tipo de paralisação
aconteça. A ideia é ser mais ágil e efetivo, não
deixando que a situação saia de controle, como
aconteceu com Temer. Vale lembrar que, além da
crise de desabastecimento, uma nova greve de
caminhoneiros também pode atrapalhar a agenda
econômica do governo e a tramitação da proposta de
reforma da Previdência .
Na semana passada, Wallace Landim, também
conhecido como Chorão, presidente de associações
que representam os caminhoneiros, se encontrou com
o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni .
Chorão também se reuniu com a diretoria da Agência
Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e, na
sexta-feira (22), com o secretário executivo do
Ministério da Infraestrutura, Marcelo Sampaio.
Segundo Landim, os ministros disseram que o
próprio presidente Jair Bolsonaro (PSL) deve se
manifestar sobre as reivindicações dos
caminhoneiros até a próxima semana. A categoria
tem três demandas: o respeito ao piso mínimo da
tabela do frete ; a implantação de mais pontos de
parada e descanso; e uma intervenção do Estado
para controlar os aumentos no preço do óleo
diesel
Chorão, porém, disse não ser a favor de uma nova
greve no próximo dia 30, porque acredita que o
governo tem buscado soluções. Mas o representante
dos caminhoneiros ressaltou que "o tempo é curto"
e as mudanças exigidas estão demorando demais.
“Não acredito que deva ocorrer greve no dia 30,
mas paralisações não estão descartadas. Estamos
conversando”, declarou.
Em nota ao Estadão , o Ministério da
Infraestrutura informou que esteve reunido com
lideranças do setor nessa sexta, durante o Fórum
dos Transportes Rodoviários de Cargas, e ouviu as
demandas dos caminhoneiros . O órgão confirmou que
debateu as questões do piso mínimo, dos pontos de
parada e descanso e o preço do diesel.
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